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quarta-feira, 18 de julho de 2018

Opiniões #15: Call Me By Your Name

Título: Chama-me Pelo Teu Nome
Autor: André Aciman
Páginas / Ano: 248 / 2007
Descrição aqui

Este livro é uma das coisas mais incriveis que eu já li.

Andava eu meio perdida na vida e sem motivação para grande coisa, quando surge todo um burburinho em torno deste livro. Quando decidi pegar nele para o ler, confesso que ia a medo: apesar de não ter nada contra relações homossexuais, a verdade é que também nunca me tinha sentido à vontade ou com disposição para ler um livro em que existisse um casal homossexual.

Tive receio de detestar, tive receio de ser meio pornografico como tende a ser a maior parte dos filmes com casais homossexuais mas fui em frente e a verdade é que adorei.

Penso que não será necessário descrever a história e caso seja, apenas necessito dizer: são dois rapazes que se apaixonam.

A beleza deste livro é a subtileza da escrita, a poesia em cada linha. Existe uma aura de sensualidade que percorre todo o livro e as descrições das descobertas da sexualidade por parte do Elio, o narrador. Passa-se num verão e tudo decorre com a tranquilidade dos dias quentes, em Itália, em casa de dois pais que são professores e do Elio, que é um miúdo que toca piano e transcreve músicas e é inteligente de mais para os seus 17 anos.

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Depois de ler o livro, peguei no filme. Não sei se adorei ainda mais o filme por me ter encharcado em entrevistas do Timotheé Chalamet (my new love, gimme a call Timmy) e do Armie Hammer, ou se me apaixonei pelo filme realmente porque está muito bem filmado e tem umas cores e uma luz lindas de morrer.

Tal como no livro, o filme é muito subtil e sensual e nada, mas mesmo nada, pornográfico. Acho que é daquelas histórias que lemos e vemos e pensamos: de facto, isto é só amor.

E acho que muitas pessoas que estão contra relacionamentos homossexuais deviam pegar em histórias como estas e ler sem preconceitos e ver que, de facto, love is love is love is love (já dizia o Lin Manuel Miranda).
Não há nada de nojento, errado ou pecaminoso em duas pessoas que se amam.

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Ao inicio o livro é um bocadinho lento e demora até que a história nos consiga mesmo prender mas para mim, o que menos gostei, foi um capitulo que conta uma viagem a Roma que acho que não fez o menor sentido no livro e que apesar de fofi-fofi foi muito CHATA. Quem já leu o livro, certamente saberá ao que me estou a referir. Mas mesmo assim, power through, amigos porque quando os boys voltam de Roma, passam-se todos uns episódios que vos vão esborrachar o coração e que vos vão fazer chorar e ficar tipo whyyyy.

Neste ponto, ao contrário do livro, o filme não segue a história do livro até ao final e assim presenteia-nos com uma cena incrível do Timotheé Chalamet que remata o filme e que o lançou para ser o nomeado aos Oscares mais jovem em 80 anos (!!!!).

Também por não ter seguido o livro até ao fim, e graças ao Luca Guadagnino, talvez haja uma sequela in the works! Vou-vos deixar aqui o trailer para aguçar o apetite:


Não vou entrar em cenas em particular para não arruinar a experiência a ninguém mas para mim este é o melhor livro que li em 2018 (não que tenha lido muitos, né).

Deixo a minha frase favorita:

"I stopped for a second. If you remember everything, I wanted to say, and if you are really like me, then before you leave tomorrow, or when you’re just ready to shut the door of the taxi and have already said goodbye to everyone else and there’s not a thing left to say in this life, then, just this once, turn to me, even in jest, or as an afterthought, which would have meant everything to me when we were together, and, as you did back then, look me in the face, hold my gaze, and call me by your name."



p.s.: e a banda sonora? As duas músicas que o Sufjan Stevens escreveu especialmente para este filme? Para mim, mereciam ter levado o Oscar.

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