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domingo, 3 de dezembro de 2017

Opiniões #14: A Quimica Dos Nossos Corações

Título: A Quimica dos Nossos Corações
Autor: Krystal Sutherland
Páginas / Ano: 277 / 2017
Editora: Porto Editora
Descrição aqui


Bem, acabei de ler este livro agora e nem sei bem o que pensar.

Houve uma parte de mim que gostou imenso de como se desenrolou a trama (apesar de ter sido bastantes vezes apanhada, no metro pela manhã, com expressões de dúvida sobre o que estava a ler) mas também houve uma parte de mim que gritou continuamente "Estarei demasiado crescida para YA?".

Este livro conta a história do Henry e de uma nova rapariga, a Grace, que chega à escola dele nesse ano lectivo. A Grace é desde logo uma personagem, envergando roupas de rapaz e tendo um ar desleixado estilo vivo-na-rua-e-não-tomo-banho-há-10-anos. Mas you got it, o Henry acaba por se apaixonar por esta riqueza. Penso que revelar mais que isto, é cair em spoilers por isso por aqui me fico.

A Grace é uma miúda cheia de problemas e o Henry cheio de sonhos. Acho que todos nos conseguimos relacionar um pouco com o Henry porque, no final do dia, todos gostamos de ver as pessoas da maneira como as idealizamos e a verdade é que nem sempre é assim que a realidade é. O Henry acaba por se desiludir e ficar magoado - e isto nem sequer é um spoiler, acontece para aí a partir do 2º capitulo - mas também é isto a vida, certo?

Apesar de a escrita ter sido um bocadinho dúbia por vezes (eu li na versão portuguesa, pelo que a tradução pode ter tido algum impacto) e de terem existido alguns momentos tão lamechas que parecia que o livro transpirava mel, eu até gostei do desfecho. É um final feliz sem ser aquele que costuma acontecer sempre nos livros mas que acontece, com muita frequência, na vida real.

A minha citação favorita:
"People are perfect when all that's left of them is memory."

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

citações #2

"Eu queria dizer: Tu és assim para o extraordinário; quer dizer, muitíssimo estranha mas também extraordinária, mas em vez disso disse: 
- Que pecados é que uma rapariga de 17 anos cometeu para precisar ser absolvida?"

- in A Quimica dos nossos Corações, Krystal Sutherland

domingo, 19 de novembro de 2017

Opiniões #13: Cartas Vermelhas #LerOsNossos

Título: Cartas Vermelhas
Autor: Ana Cristina Silva
Páginas / Ano: 270 / 2011
Editora: Oficina do Livro
Descrição aqui


Ora bem,cá volto eu com uma opinião (4 anos depois) e com um livro que se encaixa no projecto criado pelo blog A Mulher Que Ama Livros, #LerOsNossos.

Já tinha aqui este livro, "Cartas Vermelhas" da escritora portuguesa Ana Cristina Silva, na estante há algum tempo mas motivada por este projecto, lá fui eu pegar nele. Acho que devo desde já avisar que esta opinião pode conter spoilers!!!!

Este livro é o relato da história de vida de uma militante do partida comunista, desde a sua chegada a Lisboa até à altura em que conta cerca de 40 anos. É um livro dentro de um livro, já que a narradora é a própria - a Carol -, e vai contando a sua vida à filha.

A minha relação com este livro foi estranha. Por um lado, a frase na capa (citando: "História de uma militante comunista que se apaixonou por um agente da PIDE") deixava-me super entusiasmada por ler sobre um amor proibido, mas por outro lado, ao ler página após página verifiquei que isso não acontecia. E agora que acabei o livro, e reflectindo sobre ele, este era um livro sobre uma mulher em busca dela própria e em busca do perdão para as suas acções.... o namoro com o agente da PIDE não era a história. De facto, durou tipo 10 segundos.

Achei que faltou emoção neste livro. Quando o li, não conseguia justificar nenhuma acção da Carol, principalmente o deixar a filha, o continuar no partido depois de tudo (isto não é sequer spoiler. É dito na 1ª página!)... por outro lado, algumas vezes sentia-me tão mal, que largava o livro porque não queria ver aquela tragédia desenrolar-se, sentia como se eu própria estivesse na história e a quisesse parar.

Uma coisa que não gostei nada é que a autora conta o que vai acontecer. Ou seja, está a narrar o momento presente mas a dizer o que acontece de futuro. Então quando a Carol se envolvia com alguns homens dizia: "Fui ter com fulano tal, ele recebeu-me com palavras belas muito diferentes das que diríamos no futuro, em que nos arrasaríamos e acabaríamos com a vida um do outro.".... coisas assim.

Foi um livro que me custou a ler, apesar das poucas páginas, mas que me fez sentir qualquer coisa e por isso leva 3 estrelas!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

tu és trevo de quatro folhas


(numa tentativa de dar nova vida ao blog)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Opinião #12: Equador

Título: Equador
Autor: Miguel Sousa Tavares
Páginas / Ano: 528 / 2003
Descrição aqui
Este livro consumiu-me.

Epá. Mas que livro foi este???

Comecemos pelo inicio (e desde já peço desculpa porque acho que isto vai ser grandinho. Tenho muitos sentimentos, pessoal!!!!!). Nunca tinha tido vontade de ler o Equador nem sequer nutro qualquer simpatia pelo seu escritor, mas olhando um dia para a estante e pensado no que ler a minha mãe disse-me: "Lê este, vais gostar. É daqueles que lês devagarinho para não acabar tão rápido".

E verificou-se. Li estas 500 e tal páginas em pouco mais de uma semana,sempre que tinha um tempinho livre lá ia eu pegar nele. Delicioso!

O Equador é a história de Luís Bernardo Valença, nomeado governador de São Tomé e Príncipe que tem como missão fazer provar ao cônsul inglês que há de chegar à ilha que não existe escravatura. Isto revela-se uma tarefa difícil pois os conceitos de escravatura são diferentes dependendo das personagens do livro e...sejamos honestos, os donos das roças estão-se pouco borrifando para as tarefas diplomáticas. Querem é os seus euritos (escudos???). Eu gostei desta diferença de pontos de vista, a visão citadina e evoluída de Luís Bernardo face a uma visão mais mercantil e focada nos seus próprios interesses dos roceiros.

Na verdade, eu amei o Luís Bernardo, okay? É um homem integro, de honra que pronto, tem assim uma pancada pela mulheres erradas e que nunca, NUNCA, se devia ter deixado desapaixonar da Matilde porque, benzáDeus que esta mulher não o iria levar por AQUELE caminho.


Mas isto para dizer que o Luís Bernardo foi aquele factor que realmente me fez gostar do livro, eu adorei o seu personagem e como se esforçava para manter a paz e as suas ideias e sobretudo fazer algo de bom naquela ilha. Foi este personagem que me fez ler o livro bem rápido porque queria saber como tudo ia acabar.

Quando se apresenta o consul inglês, existe uma quebra no livro, na minha opinião. Não gostei muito da introdução do David e da Ann e ainda menos gostei de que apesar de estarem sempre a dizer que a Ann era muito inteligente e culta e isto e aquilo, em todas as suas aparições só se destacavam as mamas e os olhos. Okay, já percebemos: a senhora usa vestidos para mostrar o seu 85B e tem os olhos azuis cor de mar. E então, podemos ver porque é que ela é inteligente?

Ai e nem vou comentar as descrições sexuais, porque né?! Imaginem-se: são 7 e 20 da manhã, vocês estão à espera do metro e existe uma cena sexual com o seguinte conteúdo: "Esborracharam-se um contra o outro como dois animais em cio"....muito bom! Do esborrachar ao cio, é uma aventura. E esta foi só a primeira, porque cada vez que existia uma interacção sexual, os protagonistas eram comparados a animais com cio??? Ou animais??? Eh???  Detestei.

Apesar desta partes, eu adorei o livro e recomendo a todos, mesmo. Acho que nos apresenta um lado da história de Portugal que nem sempre é comentado e apresenta-nos a escravatura vista do ponto de vista de quem manda e de quem quer fazer as coisas melhor. Isto não é um livro sobre escravos, é um livro sobre a vida de um homem.
E mesmo tendo eu adorado este livro, posso dizer que o final deixou muito a desejar (na minha opinião!) e que merecia melhor. 

Bem, acho que para falar mais da Ann e do Luís e do David terei que entrar em spoilers, por isso, se querem ler este livro que apesar de todas as suas falhas vai ser a viagem da vossa vida VÃO, não leiam o que está abaixo... se por outro lado, querem já saber da paródia completa, venham comigo:

Antes, deixo-vos uma das minhas frases favoritas do livro:
"Não sei se sou eu que vencerei as ilhas, ou elas que me vencerão a mim.”

********SPOILERS********